tag:blogger.com,1999:blog-7258935247148087732.post814699698907575720..comments2024-02-28T09:50:23.015-08:00Comments on Arnaldo Antunes: AQUILOArnaldo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/13970073443419994853noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-7258935247148087732.post-19929882368499346352010-08-16T09:15:52.368-07:002010-08-16T09:15:52.368-07:00isto!isto!Eleonora Marino Duartehttps://www.blogger.com/profile/06226381690324290419noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7258935247148087732.post-15540130480125379982010-07-17T05:33:05.759-07:002010-07-17T05:33:05.759-07:00Aquilo que não existe mais...
Sou ainda aquele je...Aquilo que não existe mais...<br /><br />Sou ainda aquele jeans invejado<br />de tempos atrás<br />que chegava engomado e desajeitado<br />de corte e modelo tradicionais<br />cinco bolsos básicos<br />e rebites dourados<br />além do botão de pressão<br />do jeans...do jeans...<br />que quanto mais se usa e se lava<br />na chuva nas pedras<br />ou no tanque áspero da casa<br />se torna mais confortável<br />de vestir e olhar<br />Eu ainda sou a tonalidade azul<br />índigo blue<br />que quanto mais se desbota<br />e disputa nas pernas<br />com o couro cru das botas<br />os caminhos sem fim<br />as aventuras desoladas ou gratificantes<br />mais se torna atraente e regenerador<br />depois da dor de uma queda<br />ou após o sorriso num salto sem juízo<br />qual um banho quente <br />nos aposentos de um saloom<br />mesmo fora de um ofurô<br />com o aparato rústico de uma bucha macia<br />ainda carregada de sementes negras <br />em seus densos fiapos interiores<br />que eliminam todas as toxinas e<br />impurezas da pele recente de longas trilhas<br />e impregnam em nossas epidermes<br />perfumes de paisagem que deixamos para trás<br />Sou ainda aquela lanchonete com ares rebeldes<br />barulhenta e efervescente<br />a muzzarela esticando-se dentro do lanche<br />seduzindo o paladar e os dentes<br />em contraste com o chicletes delirante<br />dentro da sua boca irreverente<br />que se faz fonte<br />da pedra do meu maior desejo<br />Sou a pimenta em excesso em seus olhos inocentes<br />que derruba em seus ouvidos<br />os desejos mais inconfessos e prementes<br />Sou ainda o canudo que sorve o milk shake<br />para saciar a gula que estrangula<br />um desejo mal resolvido<br />Sou a groselha que se espalha <br />sobre o sorvete<br />e imita o sangue de um poeta<br />que se congela<br />quando fica frente a frente com a sua musa amada<br />e apenas grita com os seus olhos embaçados<br />pela chapa quente que está ao seu lado<br />fumegante<br />desafiando as mãos do lancheiro e da garçonete<br />Sou o guardanapo que absorve a gordura<br />o beijo amarelo da mostarda<br />as salivas lascivas de sedes fomes e vontades<br />de misturarem-se ao batom vermelho<br />que veste os seus lábios<br />Sou o paradoxo da juventude<br />o descrente e o ortodoxo<br />as atitudes e as extravagâncias<br />toda a ganância de viver e provar cada segundo<br />o desejo de ser livre<br />e ao mesmo tempo apaixonado<br />Desgarrar-se ou ser agarrado<br />Sou a ficha ou quando não tenho grana<br />o clips culpado que engana o Junk Box<br />e lhe oferece a mais romântica canção!<br /><br /><br /><br /><br />Carlos Gutierrezgutipoetryhttps://www.blogger.com/profile/11399226565162718492noreply@blogger.com